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NA MANHÃ DE 16 DE JUNHO DE 2014
POEMA ESCRITO EM 2007
REPUBLICAÇÃO
Falas como sempre da morte falas como sempre
desde os primórdios desde os prenúncios
das tuas falas primeiras e também dela sempre
continuam as palavras quando te calas quando
em mim se calam os sentidos e os silêncios dela
a morte sempre a morte fundamento
da tua linguagem
mas a vida a espreitar a espreitar-te sempre
no centro da ponte na ponta da outra ponta
da linguagem.
Sonhei quanto sonhei com a tua incoerência
com a tua traição ao tema da tua pena em tua boca
com os desvios de presença da morte sempre jovem
nos mares de navegar sempre este destino
de incessante a cantares. As perdas achados pérolas
as cruzes de a calares no mais fundo o teu pisar
na terra observando dela as pegadas teu mergulho
nas águas conchas desta morte sempre-viva
e sempre, a estreitar-te sempre,
a vida-que-não-morre, sempre a vida,
no centro mesmo da amada em teus dizeres
no centro mesmo da amada em teus calares
sempre a estreitar-te, no centro
da fonte da vida-linguagem
linhagens...
Poema escrito em 2007.
Republicação.