Buscando Boa Vista

Sinto a sua presença

A essência do espírito

Amigo que me rodeia

A areia do destino

Correr na ampulheta

A maçaneta do Paraíso

De Milton e a caneta

Do meu poeta preferido

Escrevendo as letras

Dos versos mais lindos

E sentidos sem as tretas

Ou artifícios fingidos.

Sinto sim, o amor contido

Que é um Amazonas e Nilo

Que corre em inverso sentido

A procurar por águas tranquilas

E mansas ou outro tipo de líquido

Que flui sereno, suave e idílico

Aos olhos do meu pior inimigo.

Sinto saudade do tempo corrido

Do sorriso gratuito vindo de longe

Dos montes longínquos de Belo Horizonte

Que não alcançam minhas vistas fatigadas

Quem dera eu tivesse uma gigante escada

Que me levasse aí, até a ti, meu bem,

E mais além.

Mas nossas vontades são submetidas

As escolhas que nos impõe a Vida

Essa aranha que o dia descortina

Com um tênue fio de seda tecida.

E nossos desejos que nos causam dores

As mais atrozes, pontiagudas e profundas

Como diria aquele indiano antigo, Buda,

E que o caminho a seguir é isento de flores.

Por isso ser perseverante, ser gigante e forte.

Um dia quem sabe não rumamos para o Norte

E quem sabe lá não reside a nossa alegria

Nos montes belíssimos de uma Boa Vista!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 04/07/2014
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