Coração cigano
Devagar chegou,
Aos poucos entrou por inteiro.
Cativou, ganhou afetos.
Despertou sonhos, anseios.
Nos entremeios do sonhar
Deixou-se ficar.
De nômade, sem ninho pra pousar,
Insistiu amor doar.
Repousar sem pressa de ir.
Conquistou espaços perdidos,
Regaços quentes, aconchegantes
Pros os abraços do amantes repousar.
Revolveu amarras gastas, soltas,
Reuniu os cacos rotos,
Recolheu restos das sobras sãs.
Acordando amanhãs dormidas
Despertou-se pra vida sem medos.
Desvelou tantos segredos...
Amarrou forte as vigas do engate.
Abriu o coração sem medo.
Outro agora será o enredo !
Tentadora sedução, loucura !
Quanta doçura neste sabor,
Saboroso é o mel cigano...
...ou, outra vez será engano ?
Eula Vitória
23/06/ 13