NÃO É AMOR!
Não gosto de palavras cheias de estereótipos e preconceitos, esses extraídos de contos infantis da Idade Média, usados com todas outras frívolas convenções sociais.
Para Schopenhauer a manifestação de um desejo inconsciente de perpetuar a espécie.
Para Sartre um ideal irrealizável, já que queremos o impossível do outro.
Para Kant algo patológico, impulso irracional promovido pela vontade do coito.
Esse não é meu caso, estou acima dessas inclinações animalescas.
Não é amor...
É um tipo de verme que me ataca todos os dias e me arranca a vontade de comer.
Não é amor...
É só uma deficiência mental que faz com que eu veja seu rosto por todos os lados, de pessoas estranhas na rua à manchas na parede, passando é claro... por nuvens.
Não é amor...
É uma pequena inquietação. Um tipo de dor de barriga que aumenta inversamente a sua distância de mim.
Não é amor...
É um problema de concentração, em vez de prestar atenção no que estou fazendo, fico imaginando como você esta a cada maldito segundo do dia.
Não é amor...
É uma insônia, e tenho ocupado esse tempo livre pensando em cada maldita palavra que sai da minha boca enquanto estou com você, refazendo cada diálogo e percebendo que só falei asneiras até agora.
É amor.