Prece
Marca o tempo uma insana porfia
Na mente gera impudico sofisma
Que dá finitude a dons e carismas
Na guerra fria que é também letal.
Vens de mansinho me buscar p’ra perto
Para cantar contigo estas profecias
Em claras notas que irão por certo
Compor um salmo para a redenção!
Role teus dedos nas cordas da lira
E vais guiado pelo teu ouvido
Fale teus lábios pelos mais sofridos
Que a voz calaram sob a opressão!
Olhem estes olhos marejados d’água
Ergue esse olhar em larga visão
E verás que o mundo é por demais pequeno
E qualquer descaso pode ser fatal!
E se a poesia também for um meio
De denunciar toda a escravidão
Fazei-me escriba no papel do tempo
Compondo versos de libertação!