A Presença Querida
Ela queria.
Queria tanto que nem sabia.
E o peito se encheu de uma euforia.
Como de vontade que dá e não se sacia.
E o estômago oco se esvazia.
Permanece a angustia,
Da vontade dada na tarde tardia.
E os olhos arregalados na porta,
Anseiam pela presença não dada,
Tão rara,
Tão sonhada,
A presença querida.
E os ponteiros do relógio não param,
Nas horas que rodam o tempo dos dias.
No sofá da sala as tardes dos dias,
Da saudade esperada,
A vontade jazia.
E o esperar da espera dos dias,
Da tarde parada e vazia,
Floresce nos olhos a alegria,
Das lágrimas molhadas de agonia.