POSSO ENTRAR?
 
Olá, você aí,
que se esconde na boemia,
posso entrar?
Não sou a dor
que tenta enganar.
Essa, eu expulsei de vez!
 
De retas tortas
cansei-me!
Deixei ali na esquina
os dias tristes e vazios,
vim à sua procura
chega de noitadas,
sou a cura...
 
Não se engane com luzes
passageiras
nem amores de uma noite só,
o momento é fugaz,
o prazer é efêmero
e não lhe trará paz.
 
É manhã!
Acorda!
Olhe ao seu redor,
imagens embaralhadas
no seu  olhar cansado
e cada dia será  pior.
 
Dá licença! Deixa-me entrar...
Não tenha medo,
lágrimas nunca mais,
sou seu novo tempo
conheço seus segredos
e sinto a aflição
que lentamente,
corrói seu coração.
 
Esqueça o passado,
agora  abra a porta,
sou seu encontro marcado!
 
Tenho  alento para a saudade,
 luz para a solidão,
sou seu porto seguro,
a imagem presa em sua retina,
 lembrança do passado
que desatina.
 
Estou aqui e agora,
basta que estenda a mão,
por favor!
Trago o sorriso da felicidade...
 
Pondo um ponto final
nessa nossa prosa,
ainda não me apresentei:
sou o amor!
 
Aquele que incendeia a pele
e dá cores novas aos dias.
Canção que encanta,
emoção que jorra,
sentido que transborda.
 
Também sou paixão,
que arde qual fogueira
e só acaba
quando em meus braços,
você adormece cansado.
 
Um homem menino,
carente e sonhador...
Dá  licença! Posso entrar
e num instante sua alma
estará serena.
 
Caso contrário
volto à minha sina,
saio pela madrugada
como sempre fiz,
buscando quem necessite
de alguém para amar.
 
Enquanto isso,
beba mais uma cerveja,
encha outro copo...
Esboce um sorriso falso
nesse seu rosto sem matiz,
pois negou a si mesmo,
o direito de ser feliz!
 
2007
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/05/2007
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T496602