Déjà-vu

Ao encontrar sua porta aberta, adentro o recinto,

E ainda denoto a sua presença no lugar...

Ao receber seu perfume, como se dissesse, “Bem Vindo”,

Como um doce veneno a me embriagar...

~

Sei que ele tenta da realidade me abduzir,

Como se me traze-se para dentro de um sonho...

Onde o seu corpo começo a sentir,

Mas no minuto seguinte, me recomponho...

~

Porque sei que você não está aqui, mas te vejo,

E vejo você em tudo que tocaste!

Sinto-a, até no meu ultimo desejo,

E nas coisas que sem querer perfumaste...

~

Pois deixaste ao seu aroma de flor,

Nos lençóis distorcidos de nossa cama...

E na lembrança do momento de amor,

Onde acendemos nossa ultima chama...

~

Mas que efêmera, logo se apagou!

Mas as imagens, essas não se apagam...

E seus gemidos, que pelo quarto ecoou,

Ao meu ouvido ainda se propagam...

~

Pois meu corpo está marcado,

Por suas unhas, pelo seu batom, por sua alma...

Que esteve encruado no meu pecado,

Sazonando meu desejo, e a dor que não ensalma...

~

Porque o desejo não apaga, e fere,

Como a lâmina que procura a dor...

Ao penetrar nas entranhas da pele,

Sangrando as oito faces do amor...

~

Porque sei que você não está aqui, mas te vejo,

E não sei como quebrar esse tabu...

Porque minha boca ainda sente a umidade de seu beijo,

Mas eu te vi, mesmo que num breve déjà-vu...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 22/05/2007
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