O PODER DO VERSO
A ausência nua veste a minha nudez.
Faço-a de metáforas como se o dicionário
sublimasse teu nome no laço de palavras.
Digo três vezes a palavra AMOR
AMOR, AMOR, AMOR...
Meu verso não tem varinha de condão
Nem mesmo tem o cetro de Salomão.
Meu verso é incapaz de mudar tua falta
em tua voz banhando minha casa vazia.
Por tudo isso, abomino ser poeta!
Digo não a meu lápis, ao papel, à tinta...
Não quero ser arquiteta de palavras.
Mas a dança de versos doces sai de mim,
ela me acaricia e me diz segredos...
Implora para trazer teu corpo aqui despido.
E sua voz rouca vem repetir: espere!
Meu coração desfalece de ausências
E sai pelas ruas a tua procura...
Eis que um anjo toca meus ombros
E a tua imagem nostálgica vira P-O-E-S-I-A.