O PODER DO VERSO

A ausência nua veste a minha nudez.

Faço-a de metáforas como se o dicionário

sublimasse teu nome no laço de palavras.

Digo três vezes a palavra AMOR

AMOR, AMOR, AMOR...

Meu verso não tem varinha de condão

Nem mesmo tem o cetro de Salomão.

Meu verso é incapaz de mudar tua falta

em tua voz banhando minha casa vazia.

Por tudo isso, abomino ser poeta!

Digo não a meu lápis, ao papel, à tinta...

Não quero ser arquiteta de palavras.

Mas a dança de versos doces sai de mim,

ela me acaricia e me diz segredos...

Implora para trazer teu corpo aqui despido.

E sua voz rouca vem repetir: espere!

Meu coração desfalece de ausências

E sai pelas ruas a tua procura...

Eis que um anjo toca meus ombros

E a tua imagem nostálgica vira P-O-E-S-I-A.

Rosidelma Fraga (Série de Poemas Amorosos)
Enviado por Rosidelma Fraga (Série de Poemas Amorosos) em 19/09/2014
Reeditado em 09/10/2014
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