Ventania, choro, liberação!
Se eu chorar toda injusta dor que passaram os que amo
Alagaria todas as cidades situadas nas planícies da terra
Inundaria o Grand Canyon
Uniria os oceanos de mar a mar
Se eu chorasse toda a dor que a injustiça causou a quem amo
Transbordaria a terra fazendo jorrar água no universo
Alargaria os buracos na camada de ozônio
Tornaria toda matéria existente um caos
Se eu chorasse toda dor da saudade, da fome, do medo, do abandono
que paira sobre os corações,
As partículas ionizadas do meu organismo perderiam sua polaridade
tornar-se-iam mortas,
Mas, nesta ótica não existe morte,
Onde há morte, há também a combustão da vida
Chorar a dor só me traria alívio, leveza, libertação
não me traria a morte pois esta não existe é só ilusão.
A ventania que se prolonga, como efeitos da poluição
não é, senão, a desventura de amar demais, levantando
muitos poluentes num só coração.