O PRIMEIRO (e único) AMOR)...

Ela

-Não quero ouvir de ti nenhuma palavra...

Grava

bem na tua lembrança:

não te dou ousadias tamanhas...

Tu apanhas

do meu pai...sou apenas criança!...

Ele

-O que tens, pra assim assustar-me?...

Tanto alarme

pra coisa alguma...afinal?...

Pôs o bom Deus de bondade infinita;

no meu coração; este que agita

sentimento tão doce...e tão natural!...

Ela

-Não sabes o que falas...tolice!...

Já te disse;

Ouve bem por favor:

não te dou assim tamanha intimidade;

pois idade

não tenho para o amor!...

...Mas...Espera!...mudei de ideia...

Dessa coisa de amor que é tão séria,

me fala um pouco mais...

É aquilo que não se faz de portas abertas;

(debaixo das cobertas)

os casais?...

Ele

-Me disseste de minhas ousadias tamanhas;

porém no entanto te assanhas

com este assunto que cautela requer!...

Por enquanto és criança, e tua inocência tão pura

haverei de manchar numa oportunidade futura

quando enfim formos homem e mulher!...

...Quando diante de um representante Divino;

estivermos selando o nosso destino

e jurando um amor que não morre jamais;

faremos então o que não se faz de portas abertas,

(debaixo das cobertas)

os casais!...

Nós

-Não sabemos como tudo acontece ao certo

mas decerto

alguma coisa estranha há em nossos pais

que se unem em beijos estonteantes...

Nós infantes

certamente a eles seremos iguais:

mergulhados num mar de ternura;

um casal que geme e murmura

se querendo e exigindo mais e mais!...

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 05/10/2014
Reeditado em 05/10/2014
Código do texto: T4988439
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