FOTOGRAFIAS

Certa manhã caminhando pela Amazônia se despindo de nuvens

Vi um anjo de costas para as veredas mais que Ser (tão).

Fotografei sua menina dos olhos, seu coração em metades e o silêncio

de outro menino que ele carregava na cifose negra como um tição.

Minha máquina fotográfica, ainda que do século passado,

criptografou o colorido da alma, a nudez da montanha,

as veredas chorando e até o silêncio da lágrima caindo do firmamento.

Revelei a fotografia depois de alguns minutos de silêncio...

Eu juro que tive ciúmes da foto que se consagrou na imagem de Deus.

Rosidelma Fraga (Série de Poemas Amorosos)
Enviado por Rosidelma Fraga (Série de Poemas Amorosos) em 09/10/2014
Reeditado em 13/10/2014
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