RASCUNHO DE AMOR

Tenho em minhas mãos

o poder do verso, da rima

e a maldição do poema.

Resta-me prender às palavras

ou soltar as marcas de algemas.

Quero antes de tudo

a súplica e o perdão.

Quero poemas concebidos

sem pecado em sua extensão.

Anjo que tece o relógio de meus dias...

Tenho um prendedor de silêncios

no coração de toda a minha poesia,

onde guardo as reminiscências, a saber:

a) um suspiro cheio de palavras mudas;

b) uma dose de bolo de chocolates;

c) um destino de linhas mal traçadas;

d) a canção unforgettable e duas almas;

e) um beijo amarrado a quatro lábios.

E rabiscando minhas metáforas

Fiz rascunhos para um poema.

Na seleção de palavras e sílabas

Vejo que restou o melhor de mim:

O AMOR do AMOR que não se cala.