Campo Grande 40 graus
Quando olhei Campo Grande
Ardendo qual a terra de Gonzaga
Perguntei a Deus do céu,
Por que tempo tão seco e quente
Eu perguntei a Deus do céu,
Por que sofrer essa pobre gente?
Que calor, que soalheira!
Nem um pé de vento pra abrandar
Por falta de brisa murcharam as flores
Por falta d’água na fonte
Morreram de sede as andorinhas
Até mesmo a Arara azul
Bateu asas das nossas praças
Então eu disse, minha Campo Grande,
Ora comigo pela bênção d’ água
que em chuva grossa há de vir dos céus
Então eu disse, minha Campo Grande,
Ora comigo pela bênção d’ água
que em chuva grossa há de vir dos céus!
Ao contrário de Gonzaga,
Não vou pra longe de ti
Não te deixo só nesta aflição
Espero a chuva grossa
Do céu cair no teu seco chão
Esperarei a chuva...
E quando ela chegar e molhar tuas avenidas,
Quando escorrer risonha pelos teus telhados escaldantes
Quando as araras voltarem aos coloridos ipês,
Minha Campo Grande, estarei aqui, viste
Perto de ti, feliz pela dor que se foi
Minha Morena!