A cada instante de amor

Em tudo a um imenso amor me entrego,

com tanta devoção e sinceridade aparente,

que me dou por inteiro e não sossego,

até ver minha alma ferida, doente.

E o quê, por fatal destino acomete quem ama:

a perda da sensatez e o sentido da razão,

olhar o luar e recordar cada drama,

procurar na realidade dura e fria uma paixão.

E quem nunca houvera experimentado antes

uma paixão repentina como esta?

Que tudo pode, onde tudo é possível entre amantes,

até a certeza de uma união incerta?

Ser poeta é ter no peito essa grande ferida:

sofrer a cada novo e inalcansável amor,

não ter para sua paixão uma medida,

e acabar sempre transbordando-se de dor,

A dor que devera sente,

a cada novo e perdido amor.

Alex Carvalho
Enviado por Alex Carvalho em 25/05/2007
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