Provados Beijos

Ainda que o escarro,

Venha afrontar minha face,

Nos versos do poeta astro,

Digo que muito a pena vale.

Se por cada beijo doce,

O amargor do desprezo,

Que ácido tudo de bom fosse,

Para realizar os nossos desejos.

Pergunte se Romeu ou Julieta,

Renegariam a emoção do sentir,

Para evitar a tragédia funesta?

Que graça teria o Shakespeare?

Renegar a boca pelo hálito,

Como se viver fosse eterno perfume,

Mas sabemos que jardins raros,

São cultivados em meio aos estrumes,

O coração invadido por emoção,

Sofrerá a ingratidão no futuro,

Mas aquele infinito que é a paixão,

Faz valer a pena o remoto segundo.

E se o cuspe vier com fel,

Lembre-se da boca macia,

Faça da baba o mais puro mel,

Mesmo com sabor de nostalgia.

Prove os beijos,

Como segredos revelados,

Vivendo sem o medo,

Daquele futuro escarrado.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 24/10/2014
Código do texto: T5010972
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.