Saudade ferida

Quem passou entre as traves do tempo,
escolhendo os degraus da subida,
para trás deixou-se promessas e sonhos,
restou no peito alguma saudade ferida.
 
A saudade ao que seria, mas não foi.
O tempo o enganou outra vez,
outrora, este nada falou sobre ti,
hoje, o que dantes dissestes se desfez.
 
O sorriso refletido no espelho,
aos poucos foi desaparecendo.
Seus olhos brilhantes e fugaz,
fechou-se em palavras, no ralo escorrendo.
 
Cedo ainda era, quando o tempo anunciou.
As traves silenciosamente cerraram,
acreditou-se mantê-las sempre abertas,
mas, vagarosamente todas se fecharam.
 
Vai saudade... Ferida ou magoada,
voa, vai para bem longe daqui.
No sacrário da vida não terás morada,
na escada ante pícaro, há tempo já subi.
 
Novembro 2014
Feitosa dos Santos