POR UM GRANDE AMOR

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Foi naquela manhã de sol,
Na praia de Copacabana,
Olhei a sutileza feminina,
Daquele sorriso em felicidades.

Tudo mudou naquele instante,
Naquele corpo engenhoso,
Abrindo o tempo real,
Nas areias beijadas pelo mar.

Uma delicadeza ouvindo música,
O tom da melodia brasileira,
Na dialética da voz sutil,
Ali estava a minha amada.

Segurando uma bandeirola,
Deitada nas areias cálidas,
Uma talentosa argentina,
Balançava a minha bandeira.

Era verde e amarela,
As cores do meu Brasil,
Cintiladas nas mãos leves,
Com os seus olhos outrora fechados.

Aquela luz percorria,
Com seus olhares amáveis,
O Pão de Açúcar ao Corcovado,
Na elegância dos passos afáveis.

Com biquíni da cor da noite,
Beldade é teu corpo e tua alma,
Que acato perto de ti,
E daquele dia em diante, era tudo.

Fomos às maravilhas do mundo,
Da gafieira à Asa Branca,
Brincamos na Avenida Rio Branco,
Entre os arranha-céus cariocas.

Do largo da Carioca ao metrô,
Juntos, passamos no Amarelinho,
Um chope da Brahma geladinho,
Adentramos no Café Nice e jantamos.

Descemos na Sete de Setembro,
Na travessia do Ouvidor,
Chegamos à Avenida Presidente Vargas,
E lá trocamos doces amores.

Era fevereiro no Rio de Janeiro,
O mês inteiro de carnaval,
Nas fantasias de amor,
Na avenida do sambódromo.

Eu e ela na maior festa do globo,
Dançando o ritmo do samba,
Entre foliões e emoções,
Que se partiam pro mar.

Levei o meu amor ardente,
Lá nas arquibancadas do samba,
Na sacudida da passarela vai dançar,
No calor ardente do Rio abraçar.

Sorriso argentino carioca,
Abraçava-me no meio da rua,
Eu lhe enfeitava com carícias,
Beijos, beijos e amor pra dar.

Era minha outra metade,
Meus cabelos e minha boca,
Minha alma enfeitada,
Com esta linda namorada.

Assim foi o nosso romance,
Na tropicalidade carioca,
Entre muitos dias e noites,
No apogeu fluminense.

A primavera do Rio de Janeiro,
É um colorido de flores ornamentais,
Dos parques e jardins florescem,
A fervura do amor por ti.

No desate dos dias corridos,
Abraçamos todo o museu vivo,
Penetramos nas verduras,
Do encantado Jardim Botânico.

Entre as palmeiras de açaí,
Furtei um prolongado beijo,
Naqueles lábios rosados,
De uma paixão abraçadeira.

No desfiladeiro de palmeiras,
Lá na porta central,
Da Rua Jardim Botânico,
Segurei tuas carinhosas mãos.

O vento soprava forte entre as aléias,
Eu lhe aconchegava num abraço,
Sugando a tua língua suada,
No meio das palmeiras imperiais.

Ainda estávamos beijando,
E ouvindo as palhas se tocarem,
Uma nas outras, batendo forte,
Enfileiradas palhas verdejantes.

Rebatiam, retorciam, o vento soprava,
Amor, meu volumoso amor,
Vejas que as palhas se tocam,
Como se fossem nossas mãos.

Por isso elas batem suas palmas,
Observando nosso intenso romance,
Que somente nós dois amantes,
Sabemos a largura desse sentimento.

Sentamos ao pé da palmeira imperial,
Apertei teu corpo ao meu,
Naufraguei minhas mãos,
No barco dos teus cabelos e sonhei.

Passaram-se os meses em celeridade,
Abrilhantou o Réveillon no Rio,
Na maior festança do ano,
Na concentração dos fogos.

Relampejando todo meu Rio,
Estourando na fundura dos céus,
Da cidade Maravilhosa,
Fogos de artifícios abrilhantavam.

Naquela magia clareando a face,
Vestida toda na brancura,
Indo à rainha das águas do mar,
Oferecer flores no ano que vai chegar

Andamos do Leme ao Posto Seis,
Com variados bufês tropicais,
Avistando das fachadas dos hotéis,
Relampejados sorrisos em cores.

Recebas estas orquídeas,
Mulher, você é toda minha,
Em todos os meus braços e abraços,
Eu sempre vou te amar toda inteirinha.

Quero ser tua fortaleza,
Em teus sonhos sonhados,
Dentre os medos e tristezas,
De uma formosura mulher.

Quero ser a tua inalação, mulher,
Sentir tuas dúvidas e medos,
E te chamar de meu amor,
Em ribeiras do aconchego.

Andando, vou deixar de navegar,
Por aqueles caminhos que te magoei,
No desiderato, loucuras de amor vão dizer,
Em tua boca falar que te beijei.

Declaro-me em teus abraçamentos,
E fico entre os teus seios amantes,
Com palavras que soam verdades,
Revestidas com lisos diamantes.

Quero ser fiel aos teus olhos,
Assim como sol que te banha,
Em todas as lindas manhãs,
Surgindo em cada frescura.

Nesta poesia, meu sentimento é leal,
Fazendo-te sorrir pra mim,
Em nossos rios de amizades,
Eu sou a tua maior simplicidade.

Em todas as madrugadas vou surpreender,
Na intensidade dos meus desejos,
Minha namorada e incessante mulher,
Vens me abraças com teus beijos.

Tua distância me machuca,
O teu retrato me cavalga,
Entre prantos e chuvas,
Perdido nestas distancias.

Vejo o meu olhar infiltrado no espelho,
E de nada posso fazer pra alimentar,
A dor que me fere em léguas,
Retratando na fantástica face.

Que um dia já esteve comigo,
Cantando, pranteando e sorrindo,
Em várias noites de luar,
Em mãos conexas saindo.

Vou cuidar desta tua infelicidade,
Onde eu estiver, vou lutar,
Desarmando o calabouço amargo,
Invadido por sonhos não sonhados.

Não deixes de me olvidar,
Pelas frestas do passado,
Açoitadas no tempo e no mar,
E não vou nunca te largar.

Nem que venham ciclones e furacões,
Uma gigantesca barragem de aço,
Estarei na hora a me prontificar,
Por este imensa uva de amor.

Em qualquer situação presente,
Quero te amar se estiveres doente,
E contigo no mesmo embalo ficar,
Dentre noites pra só querer te amar.

Não me importa em quantas noites,
Ainda vou permanecer te olhando,
Virando as minhas pupilas no amorudo,
Refletindo dentro delas o que sinto.

Vou cuidar das tuas tristezas,
Apagar da listagem negra,
As rugas estreitas de um pesadelo,
Já totalmente esquecido dentro de mim.

Ainda é tarde, não importa as horas,
Para mim, quero ser o teu melhor companheiro,
Em cada segundo, minutos e horas,
Nas nuances da vida prazenteira.

Já entreguei em tuas mãos orquídeas,
Agora, recebas as flores dos campos,
Fraseadas num lençol de perfumes,
Estreitadas no peito sublime.

Sou o teu amor em qualquer momento,
Das eras que se foram e das que já vens,
Não há fendas que me separe desta emoção,
Da imensa jantarola da sublimação.

Realegrando em teus cabelos lisos,
Descem minha boca em cupido,
Sustentando a firmeza do teu perfil,
Nas labaredas versáteis com fulgor.

Sempre aceitei tuas palavras,
Às vezes contrárias ao tempo,
Edifiquei minha sombra,
No acalento da tua alma.

Esse amor selvagem e brando,
Que grita estrondando os tímpanos,
Nos aguapés da minha vida amando,
Vestindo o teu calor e acariciando.

Não te perdôo a traição,
Se vieres com lameiros,
Vou entristecer por desunião,
Aí, nosso amor, vai ser um aguaceiro.

Se não bastassem as lutas,
Contrárias aos teus queridos pais,
Sem laços de amor no êxodo,
Sempre fui oposto e negrejado.

Como se fosse um cão sem valia,
O que interessa é nossa feição,
Transformada em milhões de alegrias,
Numa aleluia de feliz benção.

Provei todo o meu amor por ti,
Arrastei as últimas largas pedras,
Que no abismo do oásis ficava,
Lançadas mil contra mim.

Lembras do amor de Copacabana?
Estrelado logo na avenida,
Nossa Senhora de Copacabana?
Que viramos pela Siqueira Campos.

Eu jamais esquecerei,
As emocionadas noites cariocas,
Nunca tivemos fadigas,
E nem aborrecimentos no amor.

Do Trocadero Othon Travel,
Ficamos lá de cima vendo o mar,
Jantamos e nos amamos,
Nas brisas da avenida atlântica.

Não me esqueças, não me abandones,
Nossos momentos são brilhantes,
Da praia da Barra da Tijuca,
Noites belas da av. Sernambetiba.

Juntos estávamos Hotel Sherathon,
Na frente do mar verde e amarelo,
Nas carícias e cupidos entre frigo-bar,
Às vezes na beira da piscina a te amar.

Presentes, ia sempre comprar,
No Barrashopping pra alegrar,
Nossos dias prazenteiros,
No Rio de Janeiro, tu irás lembrar.

Tu sempre querias amor,
Amor, eu sempre derramei em abundância,
Em farturas galopadas dos verdes mares,
Do carnaval às noites cariocas.

Até no Recreio dos Bandeirantes,
Estivemos juntos por lá,
No Ville Del Sol na Estrada Pontal,
Ladeando as areias desertas.

Nas minhas Cataratas do Brasil,
Do meu jubiloso Rio Iguaçu,
Observo da margem o outro lado,
Vejo que estás longe de mim.

Ainda me recordo,
Àquela tarde maçada,
No aeroporto do Rio de Janeiro,
Findava suas férias e partias.

Suas lágrimas eram constantes,
Até o tempo parou,
Logo, uma chuva estrondou,
Depois da chuvarada, partiu o amor.

Da janela embasada, um adeus,
O seu lenço ensopado,
Não mais seguravam as quedas,
Dos prantos deslizados na face.

Ainda recordo daquele adeus.
Rompendo o teu amor por mim,
Pela janela, percebi as chamas,
De uma torrencial paixão.

Suas palavras eram prantos,
Nos ombros calados do poeta,
Segurando as malas do adeus,
Assim, se foi a minha argentina.

Embalada na turbulência,
Lá pro Rio Del Plata,
Não sei o que será de mim,
Nesta tarde lúgubre, assim.

Olhos avermelhados em prantos,
Minhas lamentações pingavam,
Meu rosto se transformava,
Num Rio de Janeiro sem fim.

Deus! Deus! Ó meu Deus!
Tenhas piedade de mim,
Não me abandones neste lugar,
Aqui só, não vou ficar.

Meu Cristo Redentor!
Tu, Messias o meu salvador,
Ouça-me, tira-me daqui,
Leva-me de volta para o Maranhão.

Lá, eu vou pelos menos poetar,
As mais lindas melódicas canções,
Entre as minhas palmeiras de babaçu,
Pro meu amor um dia chegar.

Ó Deus! A mulher dos meus sonhos,
A argentina dos beijos de mel,
Levou minhas últimas esperanças,
Meus versos versados em sonetos.

Levando o meu coração nas alturas,
Eu aqui refletindo as dores,
Alucinado, versificado na brandura,
Que se rende ao desespero.

Ó meu Cristo Redentor!
Só me resta quadras destes versos,
Pra lamentar a triste dor,
Que gira a minha cabeça pranteada.

Acenei sem forças um adeus,
O meu coração se explodia,
Tremia, pulando na ardência,
Sofrida, incontrolável e lastimável.

Neste poema, vou à Foz do Iguaçu,
Olhar as quedas gigantescas,
Talvez pedir pra índia Naipi,
Que mora nas cataratas.

Que ela me ajude a trazer,
O meu grande amor pra mim,
Não vou descer na canoa,
Como Naipi desceu com Taroba.

Que fugiram rio abaixo,
Arrastados pela correnteza,
Desta feita, eu não vou fazer.
Por isso, venho do maranhão dizer.

Quero te pedir que vás a Puerto Iguazu,
Se fores encantada nas rochas,
Faze-me cumprir o meu desejo,
Quero agora minha argentina aqui.

Não posso mais adentrar,
Nas tuas fendas perdíveis,
Eu não sei mergulhar,
Eu não quero contigo morar.

Não me enganes, vá logo!
Segue nas tuas águas,
E traga a argentina pra mim,
Vou permanecer na passarela.

Avistando as plumas nos leitos,
Saltos d`água do Deus serpente,
Com M`Boy filho de tupã,
Até a minha argentina, aqui chegar.

Adeus Naipi, já rompeu o dia,
E a minha argentina,
Até agora não floresceu,
Oxalá, eu mesmo vou procurar.

Naquela floresta tropical,
Avistei o Rio Paraná e o Rio Iguaçu,
Lembrei-me do meu Rio Itapecuru,
Que fica em Caxias do Maranhão.

Não haverá jamais problemas,
Nestas duas grandes fronteiras,
Que atravessam dentro de mim,
No ar das águas lisonjeiro.

Sabes, já chorei entre várias noites,
Sem te ver ou pelo menos sem te olhar,
Já ouvi expressões caluniosas,
Não, não, jamais me defendi.

Pelo teu amor, não ferir,
Não magoei os teus entes,
Somente por causa de ti,
Prefiro o silencio presente.

Enfrentei a todos em guerra sem fim,
Hoje, sou um combatente sem espadim,
A tua procura, na tua doce loucura,
Das invernadas de galanteios sofrendo por ti.

Lamentei vários poemas e poesias,
Subi e desci morros e ruas,
Atravessei várias madrugadas,
Sem pelo menos eu lembrar de mim.

Sem saber que aqueles passos,
Trêmulos nas noites cálidas,
Pairavam diante da tua janela,
Só pra cobiçar e pensar em ti.

Meu amor, não me deixe,
Só, pensando nas borboletas,
Nos colibris que voam no tempo,
E ainda estou aqui, só, sozinho.

Vejo, nas tuas lembranças,
Grandes emoções suportavam,
Lá dentro do meu coração
Nevoando pelo teu corpo, assim.

Ondas encapeladas não te sufocam,
Nem o barulho do teu pai,
Com àquele esmeril pra mim,
Não vai afagar o fojo no igarapé-mirim.

As ameaças dos teus irmãos,
De nada servem pra mim,
Não sou uma caça e nem caçado,
Tens que cassar esta rebeldia.

Se não fores minha um dia,
D` outro também não serás,
Pelo amor não te deixarás,
Vê-los em outros rios a chorar.

Já te dei amores e prazeres em jasmins,
Afundei na tua lua em consideração,
Com estandarte de minha bandeira,
Derramando suores em teu coração.

Construímos, juntos vários assentos,
Nas praças, ruas, e avenidas plangentes,
Teu nome e o meu irão crescer,
Nas árvores dos bosques na mesopotâmia.

Se lá eu chegar, tenho prazer,
Levantar bandeira brasileira,
Em tuas terras pra ficar,
E juntos, não vou mais te largar.

Afincados, golpeados e letrados,
De um grande namoro nosso,
Dos troncos na monta elevados,
Vão se eternizar sem fracasso.

Eu não sei viver sem ti,
Eu não posso olhar,
Se eu não te vires nos meus olhos,
Lágrimas em gotas escorrem.

Formando lagos e rios,
Eu sei que o passado vai rasgar,
Sempre o meu presente e futuro,
Encantando as primícias lá deixadas.

Se precisares, vou onde estiveres,
Nem que seja em marte,
Ou quem sabe, talvez na lua,
Mas você não viverá sozinha.

Estarei sempre a te aconselhar,
No teu sucesso e nos rios de alegria,
Vou encher os mares e oceanos,
Levantar poeira nos desertos.

Eu soube que estás com uma web rádio,
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Mas não posso te ouvir,
E não tenho condições de cantar.

Estou atravessando a tua fronteira,
Nem sequer um computador,
Eu tenho como levar,
Carrego pesos de amor pra dar.

Não me canso de caminhar,
Até o meu celular ficou no Rio Paraná,
Nunca me destes o teu número,
Como eu iria te ligar?

Já na central do pampa Argentino,
De solos ricos em primores,
Vou como um andarilho,
Pisoteando os meus rumores.

No meu longo e sem destino,
Já passei frio e calor,
Dormir debaixo das árvores,
Sonhando contigo à noite inteira.

Na esperança de encontrar,
Logo, logo, eu vou te abraçar,
E nunca mais vou te soltar,
Paixões agonizantes pra me sufocar.

Não te encontrei nos pampas,
Vou dormir em Córdoba,
Dizem que lá é muito bonito,
Talvez alguém possa me informar.

Ando de forma errada,
Ora estou no centro,
Ora estou no norte e sul,
Às vezes no noroeste e sudeste.

Por onde devo atravessar,
Eu não tenho um guia,
Nem mapa e nem bússola,
Perdi no Rio Del La Plata o GPS.

Vou rumando e cheirando a flor de Ceibo,
Tropeçando nas pedras de Rosa Del Inca,
Já estou bem perto do grande amor,
Sei que ela está a me esperar.

Já começo a subir nos Andes,
Faz frio e tem muitas geleiras,
Tenho medo, mas, é assim mesmo,
Vou até lá clamar o teu nome.

De onde estiveres, irás ouvir,
Os meus brados e chamados,
Querendo sempre te amar,
Não posso mais te deixar.

Caí, estou muitíssimo machucado,
Não posso mais andar,
Tenho sede, fome e frio,
Dentre estas rochas vou dormir.

Já estou no meio das nuvens,
Há mais de vinte dias,
No meio do Aconcágua,
Dormindo entre as neves.

Estou sonhando, alguém me levando,
Sinto algo me prendendo no corpo,
Estou preso e voando nas alturas,
Plana a alma brasileira no solo argentino.

A sonolência é palpitante,
Nada vejo e nada escuto,
E passeio por Bariloche,
Acordo com o corpo marcado.

Abro as minhas pupilas nordestinas,
A respiração é sufocante lá em cima,
Norteio ao meu redor,
Procuro saber como cheguei lá,

No cume do Aconcágua,
Vejo o Condor dos Andes,
A velar dentro do meu olhar
Com piedade do poeta brasileiro.

Não deixou que por lá ficasse,
Trouxe água e peixes do mar,
Bateu suas asas gigantescas,
Trêmulo, assombrado e nervoso. Chorei.

Jamais vi tal pássaro monstruoso,
Deu-me largas sombras,
Não deixando o sol me queimar,
Encantei-me pelo sentimento da ave.

Ó Deus, é este o Espírito dos Andes?
Que salvou a minha vida,
Trouxe água no seu bico,
E nas garras os peixes.

Prontificou suas asas de costa ao sol,
Dando sombra e proteção,
Aí de mim, mestre das alturas,
Agora vou fazer versos em teu ninho.

Vou lutar contra a tua exterminação,
Vou te livrar dos caçadores nefastos,
Falarei com o teu governo e teu povo
Para todas as eternidades te conservar.

Ó meu amigo Condor Andino,
Será que lembraste de mim?
Daquele extenso poema,
Poetando no ano de oitenta e seis?

Não, amigo Condor dos Andes,
Não sou digno de ser teu poeta,
Não sou argentino, sou brasileiro,
Amigo das alturas e das cordilheiras.

Nos teus antepassados e presentes,
Jamais ouvir uma sutileza dessas,
Levar um poeta no cume andino,
E gentilmente me salvar.

Ainda não publiquei o poema,
Mas posso recitar agora,
Mostra-me onde fica Buenos Aires,
Lá onde mora minha amada.

Amigo Condor Andino,
Ela tem trinta e sete anos,
Bela, formosa e dengosa,
Pureza de alma e majestosa.

Altura de um metro e sessenta,
Não passa de cinqüenta e cinco quilos,
Toda airosa com olhos pretos,
Corpo em forma e várias curvas.

É amigo Condor das Cordilheiras,
Minha amada é charmosa,
Tem cabelos longos e ondulados,
É dentro deles que me embaraço.

A filha dela é uma lindeza,
Tem charme e se chama Mayra
Daquela novela baila comigo,
É uma brasileira genuína.

Vais parti Condor amigo, não vais!
Agradeço humildemente por tudo,
Um dia quem sabe, posso pagar,
Com o mesmo amor que me destes.

Arrancou, batendo suas asas,
No céu nebuloso argentino,
Revoou em minha volta,
Dando um triste Adeus pra mim.

Foi-se embora, desaparecendo nos céus,
Agora só me resta clamar,
O nome do meu amor,
Que começa com V de Vitória.

Mas tu, não vai parar longe de mim,
Não vou me cansar no Aconcágua,
Neste galarim é algo assim,
Estático, sem coragem e sem água.

Não me deixes aqui, amor,
Já cansei de esperar,
A noite está chegando,
Estou hirto de frio sem pairar.

Os lábios que te beijaram,
Tem aberturas em bandas,
Da secura neste paradeiro,
Aguardando tua presença.

Não vens, nem aparece em vulto,
Cá estou, no paradoiro sentado,
Levantando as pálpebras,
Pra ver a tua honrosa chegada.

Juro, que de lá vou deleitar em Mendoza,
Se não vieres, vou ficar esperando,
Nas nuvens do Cerro Plata,
No cume do teu prazer.

Se não me ouvires os gritos,
Os meus gemidos e dores,
Passeando no gelo e brisas,
Entrando nas neves e nuvens.

Vou retornar pra Sentinela de Pedra,
Lá, vou retirar as chamas acessas,
Vou descer pra cidade,
Pra perto do Obelisco.

Talvez quem saiba,
Na Avenida 9 de Julho,
Posso te ver por lá
E daí, nunca mais me separar.

Vou andar nas ruas e procurar,
Não sei aonde vou encontrar,
Entre os pampas esmeraldinos,
Mas vou por lá pernoitar.

Andei tanto e ferir os meus pés,
Sangrou o líquido da vida,
Nesta desvairada caminhada,
Mesmo assim, sarou de amor por ti.

Andei nos céus e não me ouvistes,
Estou aqui amor, na Plaza de Mayo,
Segurando nas grades da estátua branca,
Passa muita gente e não sabem me informar.

Vejo nos meus olhos castanhos,
Casais de pombos se amando,
Beijando perto de mim,
Dando amor em forma de união.

Não me contento, amor,
Enquanto eu não te encontrar,
Ficarei tristonho e muito lagrimoso,
Vou sair do centro da cidade.

Vou à Patagônia beijar tuas flores,
Dos contrastes altiplanos,
Naqueles lindos bosques e lagos,
Que um dia tu mostrou pra mim,

Talvez, lá, posso te encontrar,
E juntos, nos amar,
Pelo menos no teu país,
Quero somente te beijar.

Olhar profundamente nos olhos,
Erguer os cabelos amarelos castanhos,
Sugar que nem que seja um beijo,
E depois morar no teu coração.

Já ouvir bastante Mercedes Sosa,
Dê-me uma chance,
Eu só quero é teus carinhos,
E você será sempre minha.

Não vês que me esforço,
Do Aconcágua atrás de ti,
E não te encontro em lugar nenhum,
Não me deixes perdido no tango.

Não me deixes perdido na cordilheira,
Já estive lá e só não quero voltar,
Vens me ajudar, dê-me luz,
O brio de tuas fontes e prazer.

Não me abandones na Patagônia,
Tenho medo da Tierra Del Fuelgo,
Por não falar a tua língua,
Não sei o que será de mim.

Ensina-me pelo menos tua língua,
Pois, andei e ferir os pés,
Sangrou o líquido da vida,
Mesmo assim, sarou.

Não deixes que os elefantes marinhos,
Arrastem, tragando os poemas no mar,
E nesta aventura, poderei me perder,
Eu não sei nadar, eu só sei te amar.

Teus amigos me falaram,
Que na Argentina do mar Del Plata,
Lá, tu não resides mais cá,
Foi embora não sabem para onde.

Ouvir tudo isto e me corrói,
Dentro pula a saudade e se destrói,
Mas sou forte no amor,
Nem os espinhos fazem cessar.

O teu amor cansou de te procurar,
O meu cupido aqui vai retornar,
Muito tristonho da existência,
Deste sacrifício e não te encontrar.

Olho em minha volta,
Vejo que nada sobrou,
Apenas o cartão de crédito,
Que me leva pra Ásia.

Vou lúgubre pro Himalaia,
Sozinho, num único vôo de amor,
Sonhando sempre contigo,
Na esperança de um dia te achar.

Sei que lá ainda vou te amar,
Não vou deixar as esperanças,
Se apagar no tempo e espaço,
Vão morar comigo sempre.

Sugando minhas pernas trêmulas,
Diminutas batidas do meu coração,
Só, eu e a poesia sabemos,
Que vamos viajar noutros montes.

Entre o céu e a terra,
No Everest alto lá,
Vou escrever este poema,
No seu cume pra sempre ficar.

Aí como dói esta dor,
De amar e sentir dentro,
Que amor é sempre uma dor,
Que vagueia pelo meu corpo.

Destruindo a minha ânsia,
Seqüestrando o meu pensar,
Descarregando o prazer de amar,
Por um grande amor que não acabou.

Vale o teu nome no meu,
Hei de sempre te amar,
Nem que seja nas alturas,
Mais o mundo vai sonhar.

Que eu sou digno do teu amor,
E não haverá nenhum amor,
Maior que o meu pra te dar,
Juro, que este homem ainda não nasceu.

Para amar o quanto eu te amo,
Durante este novo milênio,
Não há lua maior que o sol,
E nem a terra menor que a lua.

É por isso que vou te amar,
Amando como sempre amei,
No altíssimo dos picos entre cumes,
Não haverá outro amor.

Sobreleva nos Condores Andinos,
No sol, no frio não me afligem,
Um amor é feito de amor,
E pelo amor, vou vivendo de amor,
Por um grande amor que é da argentina.



Traduzida em espanhol

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ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 27/05/2007
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T503696
Classificação de conteúdo: seguro
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