Mainha Sou da Bahia

Hoje parei para orar,

a Deus ou Xangó,

não pude evitar,

por vezes me sinto de iansã,

as vezes de Jesus e de morá,

em pastos verdejantes que primam daqui,

ou pastos serenos que sopram de lá.

E orei com tanta intensidade,

que minha nega me perguntou

de onde eu era, e disse a minha nega

que painho não era daqui, nem era de lá,

nem era do Sul, tão pouco do Paraná,

disse que era de outro lugar,

uma terra de cantos, encantos e

cores de lá.

Sou um menino negro, que por vezes

é obrigado a ser branco, só para se enquadrar,

mais aqui existem aves altas, pernaltas que outrora

vão pra outro lugar.

E toda essa Baianidade Nagô me faz amar cada vez mais aquela terra, aquele som, aquela mania de chamego, aquela terra de multicores, rescendendo o meu dendé, esse coração que por vezes branco, negro, verde-claro, azul e roxo, é sem sombras de dúvidas completamente baiano.

Manoel Rosak
Enviado por Manoel Rosak em 27/11/2014
Reeditado em 27/11/2014
Código do texto: T5050737
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.