Veredito de amor

Foi crime o que cometeste

Sem medo das consequências

Do meu coração colheste

A seiva, o néctar, a essência.

Faço-te réu meu amado

Vais ao Tribunal Supremo

Serás pelo amor julgado

Por ter chegado ao extremo.

Em cada delito apurado

Foste um deus ao me amar

Da autoria és culpado

Por meus sonhos, vou julgar.

Te nego a absolvição

Pois floriste a minha vida

Está movida a ação

A pena foi proferida.

Eu mesma fiz o acórdão

Pois, em quimera acredito

Solto ao vento a solidão

Dou aqui o veredito.

Por mim foste condenado

Sem direito a recorrer

De ser feliz a meu lado

A cultivar bem querer.

Preso na penitenciária

Do meu coração alado

Na chama incendiária

Da loucura em ser amado.

Foi pronunciada a sentença

Que em versos entra em vigor

Na felicidade e a crença

De viver um grande amor.

Elair Cabral
Enviado por Elair Cabral em 27/11/2014
Reeditado em 28/11/2014
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