Evoé!

Renasceram, moça, os delírios.
E as vinhas, de novo,
repõe os sonhos perdidos.
Ressurgiram as Dionisíacas.
E foram reabertas
as Sete Portas de Tebas.

Abrevies a tua volta,
pois é largo o Oceano
e crescente a saudade.
Não demores, pois o amor
reclama o teu corpo
e ressente-se de tua alma ausente.
É preciso que as Odisseias terminem
porque as Ilíadas já foram vencidas.

Andemos nas enxurradas,
pois eis que as chuvas escasseiam
e é tempo de nada perdemos.
Amemo-nos como se Afrodite
concedesse-nos a noite infinda
e saibamos dos renascimentos
na eternidade dos momentos.

Agora, é tempo da claridade
e de vivermos a nossa verdade.

Evoé!


 
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro. Primavera de 2014.