Caminho em meio ao cinza guiada por teu sorriso

Hoje eu senti um leve desanimo,

O cansaço me pegou a desilusão me preencheu

O mundo mostrou seu cinza, nem mais a resistência coloria a todo torpor minha alma.

Uma lágrima escorre...

É tão triste percorrer estas entrelinhas e perceber a fragilidade de nós humanos.

Mas não, não me leve a mal.

Pois a fragilidade tem sua certa beleza, ainda sim nos mostra o lado sentimental, e acho que isto é o que há de mais belo no ser humano, em ser humano!

Mas hoje ela me definha, esse mesmo sentimentalismo e fragilidade, me definham...

Me rasgam com a mesma voracidade que um raio corta o céu vazio.

E eu?

Será eu, a estar vazio?

Hoje não sei, deixo o sentimental me definhar...

Me corte... Por favor me corte ...

Me faça sentir, me faça gritar, me faça chorar!

Outra lágrima escorre....

Algo aqui dentro aponta, deve ser uma dorzinha.

Há quem diria eu que já fui cachoeira, e hoje sou oceano...

Pacifico, calmo. Uma imensidão de lagrimas salgadas.

Hoje eu Sou um oceano....

Mas algo passou cantando, eu pude ouvir.

Lembrei das barricadas, e dos gritos de ordem.

Quando os tiros de borracha, o gás lacrimogênio me assustava menos do que ideologias reacionárias

Algo gritou aqui eu sei que pude ouvir... E está se aproximando...

E se sinto dor e se posso ouvir, posso chorar... Fico aliviada em poder sentir

Agora sinto um calor acalentador sobre minhas mãos,

Enfim você me fita com seus olhos, e me ilumina com seu sorriso...

Me puxa pela mão esquerda e pronuncia o palavrão mais belo desta galáxia

“Levanta porra que a luta continua!”

Agora já posso caminhar...

Pois mesmo que aqui ainda doa, e o mundo esteja cinza

Quando suas mãos se unem as minhas pela igualdade e justiça

As avenidas se abrem em flores e cores para que possamos caminhar.