LEMBRO
LEMBRO.
Seu lindo corpo moreno, cheiroso, suado.
Em uma cama de um motel barato a beira de uma rodovia velha e mal asfaltada
Do wiski e das pedras de gelo, do vinho, do banheiro com sabonete e um shampoo cheiroso.
LEMBRO.
Dos pingos da chuva estralando o teto, já tantas vezes usado por outros amores.
A boca molhada, quente e macia se lambuzando do corpo que ama.
As caricias, dos pedidos, desejos, segredos sendo contados e realizados.
Lembro... Apenas lembro.
Restando tão somente, noites mal dormidas dentro de um carro velho.
No anseio do seu retorno para saciar a vontade de realizar novamente esse romance.
Na mais densa das solidões, fico ao encontro do vazio.