UMA METADE VAZIA

Uma Metade Vazia

Meu coração sobeja o espúrio dos que olham meus versos com lentes de moralismo, de uma visão míope da realidade. Meu coração ofega por entre medo e desilusão. A grande espada do meu oponente que me feriu o peito, na alma me fazendo chorar.

Meu coração agoniza o pranto por sua cruz posta às costas, lombo de forças exauridas, lagrima corridas para nenhum sentido, ao que se pode notar. Não há som que ecoe para dentro, que me mate a solidão, quebre minhas algemas, desatem as cordas que me prendem.

Acordei do sono breve sono que me acalentou a alma por esse instante, mas, não vejo o sentido ainda. Apenas um vão vazio na imensidão da esperança abstrata de uma coisa coisificada, do tipo feito para suplantar a fúria da insensatez que come meus dias sem piedade.

Tralhado em partes iguais; iguais partes para cada coisificado sentido. A vida virou imenso bolo de aniversário aonde a melhor parte nunca vem depois. Encontrei meus olhos vitrificados, expostos na vitrine da vulgaridade.

Meus passos descompassam ao compasso dos meus olhos, minha fada madrinha, meu talismã, meu pezinho de coelho, minha doce romã. Quisera fosse eu teu amante por toda a vida. E recebesse de ti as prendas enriquecidas, brilhantes caminhos para a minha vida.