A espera
Não posso abrir os mares pra você
Não posso ser o vinho pra você beber
Mas posso ser o doce em sua língua
Não posso te fazer ser milionária
Mas você não será mais solitária
Nem ficará jamais vivendo a míngua.
Venha correndo
Que o meu peito aberto
É o caminho das pedras
Mais certo
É o melhor
E mais seguro atalho
Venha correndo
Que eu aqui me arranjo
E embora eu tenha
Esse rosto de anjo
Eu sou talvez o humano mais falho.
Não posso ser o barco dos seus portos
E nem sequer ressuscitar os mortos
Mas posso te ajudar na dura lida
Não posso te obrigar a me amar
Mas sei que posso sempre te esperar
Mesmo que a espera dure toda a vida.