Minha Eternidade Em Pedaços

Quando tu voltares

Já estarei aos pedaços

Caminhando pelos descaminhos

Entre pó, areias e espinhos

Estarei olhando o sol no entardecer

Esperando a dor me visitar

Olhando os bonsai que cultivo

Na esperança da eternidade

E as lágrimas sangrando

Mãos e pés atados

Coração em descompasso

No passo tardio e apressado

Talvez a mil por hora

Unindo os pedaços

Do que mais precioso eu tinha, ou tenho

Já não sei mais

Estou em tantos

Mas sou uma só

E em todos os chamados

Eu sempre estou só

Sete pedaços

Mil resultados

Em vários pedaços

Um Tangran de mim

Meus olhos mostrarão a triste cena de um dia

Que eu não ousaria ver novamente

É a triste lembrança dos meus dias

Que nada tem mais a oferecer

A não ser a dor dilacerada

Magoada por ela mesma

Fixada e adornada

De palavras bonitas e intenções não planejadas

E quando tu perceberes

Não há em mim um doublê sequer

Que me poupe das mágoas

Mas sei que nada é em vão.

Priscilia Nascimento
Enviado por Priscilia Nascimento em 16/09/2005
Código do texto: T50971