COVARDIA

Dá-me tua mão à palmatória...

Sofro o degelo da decepção atroz,

Sou o mancebo que vive perene, a sós,

Colhendo o desgosto de tua oratória.

Maquiavélicas promessas ofereceste

Ao meu sacro tribunal de ardor,

Agora mistificas um altar de amor...

Teu sentimento é outro, não é este!

Não desdenhes do meu desencanto,

Teço lágrimas que umedecem tanto

Uma face que por ti deveras esperou...

Deixa-me no silêncio da solidão ingrata,

A saudade que em meu peito maltrata

Não é tua sombra, é vulto do amor!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 11/01/2015
Código do texto: T5097742
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