Circulo fechado

não adianta dizer que vou

não vou

não dizer que estou contente

não estou

somente tenho um destino

foi a cigana que leu a minha mão

a sombra sente frio

a boca sente fome

esta semana tenho

de pagar o mercado e a farmácia

tem uma placa do lado de casa

aluga-se quartos

não adianta querer mudar o passado

não adianta trocar de lugar no ônibus

quando o coração esta doente

a espirito do homem chora

mas as mãos não devem descansar

este é o sabor da vida

meus braços estão cansados

de ficarem para baixo

não tenho asas para voar

tenho pernas para correr

viver é tudo o que tenho

meu único desejo

a canção precisa da voz

a voz precisa da melodia

o poema precisa do papel

como as palavras necessitam

da alma do poeta

circulo fechado

se insisto no veneno

é por que o que trago no pulmão

não tem cura culpa sua

tudo o que faço tem sentido

então por último

peço perdão e adeus

não adianta dizer que vou

não vou

não dizer que estou contente

não estou

somente tenho um destino

foi a cigana que leu a minha mão

carlos assis
Enviado por carlos assis em 17/01/2015
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