Circulo fechado
não adianta dizer que vou
não vou
não dizer que estou contente
não estou
somente tenho um destino
foi a cigana que leu a minha mão
a sombra sente frio
a boca sente fome
esta semana tenho
de pagar o mercado e a farmácia
tem uma placa do lado de casa
aluga-se quartos
não adianta querer mudar o passado
não adianta trocar de lugar no ônibus
quando o coração esta doente
a espirito do homem chora
mas as mãos não devem descansar
este é o sabor da vida
meus braços estão cansados
de ficarem para baixo
não tenho asas para voar
tenho pernas para correr
viver é tudo o que tenho
meu único desejo
a canção precisa da voz
a voz precisa da melodia
o poema precisa do papel
como as palavras necessitam
da alma do poeta
circulo fechado
se insisto no veneno
é por que o que trago no pulmão
não tem cura culpa sua
tudo o que faço tem sentido
então por último
peço perdão e adeus
não adianta dizer que vou
não vou
não dizer que estou contente
não estou
somente tenho um destino
foi a cigana que leu a minha mão