Inacessível
O amor não conhece limites,
Mas há o que o torne impossível.
Quando o mesmo sangue existe
Nas veias dos que choram entristecidos.
Não há dor que se compare ao desencontro
Daquilo que tanto se desejou.
Um pesadelo que deu lugar a um sonho,
Um amor que o destino separou.
Vagam sombrias e errantes
As almas dos solitários amantes.
Inconscientemente, se buscam,
Entre caminhos e sentimentos confusos.
Tanto se amam e se desejam,
Mas não podem se tocar...
Enquanto outros festejam,
Eles não podem celebrar.
Olham para os sonhos desfeitos:
Há feridas abertas em cada peito.
Ambos perderam o sentido, a plenitude.
A semelhança que carregam no sangue os pune.
E assim, nessa amarga desventura,
Descobriram o peso de um amor impossível.
Eles perderam todo o amor e a doçura,
Caminharam separados para o mesmo precipício.
Em homenagem aos meus amigos que, quando pretendiam se casar, descobriram que eram meio-irmãos.