Inacessível

O amor não conhece limites,

Mas há o que o torne impossível.

Quando o mesmo sangue existe

Nas veias dos que choram entristecidos.

Não há dor que se compare ao desencontro

Daquilo que tanto se desejou.

Um pesadelo que deu lugar a um sonho,

Um amor que o destino separou.

Vagam sombrias e errantes

As almas dos solitários amantes.

Inconscientemente, se buscam,

Entre caminhos e sentimentos confusos.

Tanto se amam e se desejam,

Mas não podem se tocar...

Enquanto outros festejam,

Eles não podem celebrar.

Olham para os sonhos desfeitos:

Há feridas abertas em cada peito.

Ambos perderam o sentido, a plenitude.

A semelhança que carregam no sangue os pune.

E assim, nessa amarga desventura,

Descobriram o peso de um amor impossível.

Eles perderam todo o amor e a doçura,

Caminharam separados para o mesmo precipício.

Em homenagem aos meus amigos que, quando pretendiam se casar, descobriram que eram meio-irmãos.

Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP)
Enviado por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP) em 26/01/2015
Reeditado em 26/01/2015
Código do texto: T5114352
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