Moro no silêncio da escrita...
Moro no silêncio da escrita
minha companheira ferida
e inseparável
de todos os dias
No rumo da noite
minha companhia inseparável
de extensas praias vazias
cola-se-me à pele, onde visto o teu perfume
o deserto e o mar
que os teus dedos marcaram o dia
no murmúrio da tua voz
sussurrada ainda há pouco
Escrever-te-ia continuamente o meu poema
areia a areia
na intensa floresta do prazer
se me deixasses,
para que as sementes no nevoeiro dos sonhos
gerassem a esperança de ver nascer
a árvore que se há-de erguer
floresta
na precária vertigem do crepúsculo
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Alvaro Giesta in O Ventre das Palavras