PASSAGEM PARA O AMOR.
Agora, neste tempo que é presente,
Vivendo o que esta vida me legou,
Vislumbro uma passagem em sol poente,
Mostrando que meu sonho não gorou...
Vejo a inquietude de minh'alma aflita,
Transformando meu verso em amargor...
Sinto a tristeza que se fez bendita,
Por derivar de um pranto só de amor...
Enquanto a Fé borbulha no meu peito,
Jogando fora a dúvida e a exaustão,
Esta agonia não é mais defeito,
É Mandamento prá quem é cristão...
A amargura é, pois, vento passageiro,
Que sopra forte e não tem pés no chão...
Sem raízes, que mostrem por inteiro,
Que seu vaso não é o coração...
E, assim, vejo que o sonho se agiganta,
Que um poema vem tímido mostrar
Que o nó que nos prendeu nossa garganta,
Com certeza não pôde o amor matar.
(às 20:40 hs do dia 03/06/2007)