SEM AVISO


Não se faz necessário esse aviso, de uma vez
Que o interesse é só dos seres depois das
Vinte horas curtir o que de melhor se pratica.
Não acontecem visitas inesperadas para não
Temer nem tão pouco incomodar o clima.

É momento sem aviso, pois não há planejamento.
Como uma rapidinha ligação negócio fechado.
É chegado um oportuno caminhar fora de área.
No caso da saudade chegar se veste de armadura.
Apoio das velhas amizades dispersas fortalece.

Mesmo ficando inacabado o inexistente se supera.
Na falta de um beijo, olhares novos surgem.
Talvez seja o instante de mudar o prato feito.
A comida é saborosa, mas talvez não satisfaça.

Bom seria viver sem ilusão que, maltratar coração.
Complica-se um xodó com minutos ingratos.
Dizem que, quando se ama qualquer coisa serve
Para relembrar, mas é coisa de poeta iludido.
Emoção perde em cheio para razão, não há jeito.
Dorme-se sem algo ao ladinho ou desacorda atordoado.

Amanhã será novo dia com um amanhecer
Diferente substituindo sonhos por realidades.
Dureza absoluta quando se perde um aconchego.
Mas de que adianta continuar, pois não quer
Encarar algo na indecisão da perda de cuidados.

Assim sem aviso acontece de tudo ocultado.
Drama teatral em terceira dimensão não cansa.
Sendo eterno momento não existe alternativa.
Coisas banais, coisas reais driblando dueto.
Pergunta inesperada para onde algo quer seguir.

Mãos atadas na certeza de que um grude pegajoso
Vive na vigilância o dia inteiro ou chega a qualquer
Hora, surgindo medo das desconfianças existentes.
A preferência é mais antiga, impede substituição.
Saindo com pressa para lugar público não permitindo
Esperança se ela jamais existiu no caso presente.


 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 04/02/2015
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