Minha saia de renda...

Hoje achei um pensamento perdido

Na renda da minha saia preferida.

Ele era uma sílaba, com soluço.

Tinha o sangramento de uma ferida.

Quero voar, voar em asas de anjos.

Quero alegrar a minha saia de renda

Não a quero nos meus escombros

Andaremos juntas pelas mesmas sendas

Guardaremos os segredos em versos

Não desbravaremos lugares sozinhas

Em véus, em capas, cantigas e sonetos.

Renasceremos num suave pranto em rimas

Com cuidado, pudores, canto e recato

Abrigaremos-nos no recôndito dos desejos

Sem testemunhas e com um soluço de doçura

Te pedirei para que tire a minha saia de renda.

Com carinho e ternura a colocarei em uma gaveta

Serás feliz como eu em braços fortes e sensatos.

Sentindo em meu estômago, milhares de borboletas

Te direi que te amo e por ti muito esperei nesses anos...