IGNOTOS DESERTOS

Sinta-me como a sombra de teus dias

a caminhar em Ignotos desertos!

Presa ao teu existir como erva

que ao morrer deixa o bolbo para

um renascer em tempo certo...

Perceba-me como ela, pois nesse expirar,

Viro haste de solidão e entardecer!

Olhe meu amor, para os sepulcros

de flores que feneceram,

depois de encantarem em serena constância.

Sem dó os ponteiros de um tempo

inconstantes, as venceram, mas mesmo na fragilidade

e num vácuo de vontades por ali estarem, dão

ao solo estéril de amor,

um resto de leve fragrância...

Como estas flores, terei um alvorecer pleno

e marcante em abraços tão cingidos,

quanto uma lágrima de emoção

a engasgar na garganta...

Um sorriso tão largo quanto um horizonte

bordado de sol e um humor tão forte

quanto uma chuva de verão!

Os mais leais afagos em entregas de amor

sem falsas ilusões, numa avassaladora paixão

de púbere deslumbrada, apaixonada!

Mesmo assim, terei minhas horas de sono

como uma criança embalada pela mais bela canção

e nesse tempo terei a preguiça da garoa.

despertar vem com música estrondosa em ritmo

de vida...

Elair Cabral
Enviado por Elair Cabral em 17/02/2015
Reeditado em 17/02/2015
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