Cinquenta tons de poesia
A ninguém quero enganar
Estou no mundo
Pois assim quis minha mãe
Fruto do sangue e da dor
E só quem me acompanha
É o ruido dos passos
Na rua vazia
Não sei se tenho alguma razão
Mas nesta vida maniqueísta
Não conheci sorte e riqueza
Tenho apenas as palavras
Que fazem o coração cantar
Todas as noites
Enquanto a lua se apresenta
Quando fecho os olhos
Quase sempre adormeço
Ou penso no passado
Então tento mudar a história
Fazer um final feliz
Para dois personagens torturados
O poema tem cheiro
De papel e de tinta
Mistérios da escrita
Mas a realidade bandida
Estaca cravada no peito
Dos desafortunados
Desfaz qualquer sonho