CANTO QUE ENCANTA


Vibra poeta com amores e flores do mundo 
Deixa sangrar no peito os sonhos vividos
Chama para si a verdade do amor profano
Sem querer ser neste planeta um vagabundo

Desfruta do zéfiro que vem sem saber de onde
Banha no mar inexistente para apaziguar a vida
Na aurora que surge cheia de esperança e glória 
Chicoteia com as palavras o bonde da história.

Depois caminha na areia movediça de seu deserto
Recolhe um lixo aqui e outro lá próximo do fim
Para ficar da felicidade distante  agora bem perto 
Sonha com uma sociedade justa feita de marfim. 

Querem poeta lhe dizer adeus, prefira  dizer nada.
Querem lhe impor a violência, chore e não se cale,
Vibra com  amores e  flores rudes ou adornadas
E vai de peito aberto rompendo  a madrugada

Olha o mundo de paisagens verdejantes
Vê a natureza em desequilíbrio constante
Nações em luta  buscando justiça absoluta
E ausência de ética nos homens orelhudos.

Abra poeta as asas e vai ao infinito da alma
Sabendo que na vida o imponível é possível
Bastando para tanto ter perseverança e calma
Abrindo os olhos para o futuro não previsível 

Não tome café, poeta,  se estiver açucarado. 
Não tome cerveja, poeta, se estiver perdido. 
Não abandone, poeta, se for abandonado. 
Não fuja, poeta, se de seu sonho for tolhido.

Canta poeta, a música está no ar...

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 18/09/2005
Reeditado em 21/09/2006
Código do texto: T51485
Classificação de conteúdo: seguro