AMOR PARA A ETERNIDADE

Neuza Maria Spínola

Algum dia, para nós, não sei, ... quem sabe?

Nosso tempo ou a eternidade não se acabem,

Mas como quase nada nesta vida é eterno,

Precisamos impedir que o verão vire inverno.

Por isto te digo, poderias ser minha vida!

E ver-te aqui bem perto, à claridade incerta;

Pois então, tu fecharias, do quarto, as cortinas,

As duas sombras, em uma apenas, se fundiriam.

Poderia até ser curta a ilusão que sentíssemos,

Também muito vaga, a esperança que refletíssemos,

Que uma cruel decepção não leve para rumo diverso,

Nosso amor, nosso poema ou nossos versos.

Poderia deixar contigo todos os meus beijos,

Minha saudade, meu calor e meu desejo,

E este amar, que para sempre estaria contigo,

Atravessaria um tempo só nosso, que é infinito.

Então abrirei a janela para que a lua possa,

Brilhar mais perto deste corpo que te roça,

E os carinhos dos teus dedos, mansamente,

Farão de mim, o teu amor, eternamente!

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