OS OLHOS FALAM

OS OLHOS FALAM

A nenhum cego se passa

tão vago e despercebido,

o olhar ardente do amor.

Por mais só e desmerecido

que seja ficar calado,

será um cálice sonhador

muito inebriante... e alado.

Que seja lânguido e mudo,

numa mudez que se fala,

é dor que se intensifica,

por demais ela se exala.

No conter não justifica...

Nada pode, e o amor se cala.

Flutua triste no oceano

a deriva em alto mar.

Tão só... Pedindo guarida

às estrelas... a chorar.

Na vaga a triste desdita:

são loucos sonhos da vida,

que se perdem num olhar...

Elizabeth Fonseca
Enviado por Elizabeth Fonseca em 19/09/2005
Código do texto: T51965