Amor de fim de tarde.

Essas rédeas que colocas em ti

limitam teu mais puro querer.

Esses obstáculos que carregas pra si

complicam a vida que fazes questão de viver.

O duro tormento de uma vida sem amor

que reclamas nessas noites cruéis, vis e insanas,

se torna aquilo que é porque aquilo você faz questão de ser.

Por que amar é o mais simples dos versos,

é a mais simplória poesia,

é o mais inocente dos risos do poeta

e a mais sincera alegria de quem vive.

O amor é além de tudo um verbo,

daqueles que não se conjuga sozinho.

É um verbo que queima e lateja em minhas prosas

o amor é fogo, ferro e ferida,

restringir-se-há se temer vivê-lo.

Amar é pouco, o pouco que é muito,

o pouco que é essência,

a essência mais discreta do teu ser.

Viver-se-á de amar...

E que dó que eu tenho de quem não vive,

Ora, de quem não ama.