LAREIRA

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LAREIRA

Rubras chamas beijam pedras

Aquecendo raras e cruas sensações

Olhos perdidos sorvo cenas não vividas

Desejos lembranças emoções

Tapete branco...vinho tinto...um violino

Aconchego de braços que enlaçam

Lasso inverno no mais puro enlevo

Fugidio espanto esse tanto querer

Uma escolha extravagante, excitante

A mais obscena luxúria, o mais terno amor

Pedaço escandaloso de liberdade

Lanço os olhos aos olhos do amado

Na confluência do desejo ostensivo

Com a alma rente aos pés eu te procuro

Fruto não colhido desejoso

Dança minha língua em tua boca

Instinto ávido de teu corpo

Inteiramente por mim cavalgado

Amo-te do mais absoluto amor

Eu que nunca soube ser amada assim.

Ana Wagner

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Ana Wagner

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