Se puder
quando vejo sombras
não desvio o olhar
entendo a loucura
entendo o desespero
não curo/não sou mel
não amaldiçoo o papel
não perdoo a fuga da manhã
não fico na frente/saio
tudo a mesma coisa
um beijo no rosto
um abraço rápido
um carinho no sofá
não importa quem que seja
fecho os olhos/faço de conta
penso em qualquer outra pessoa
mas não digo seu nome
as mãos se divertem
a boca canta aquela canção
aquele disco não encontrado
poema desesperado