Retina

Minha pupila dilata,

Ao ver o seu vulto passar,

Como um raio cortante,

Deito-me a te esperar.

Pela retina fotografo, até o imaginário,

Ultrapasso tua pele,

E filmo o teu coração.

Vermelho, cor sangue,

Ardente como um vulcão.

Minhas mãos tocam as cicatrizes,

E a minha boca, degusta o sabor.

Numa mistura, de amor e de dor...

A cada doze me doou.

A minha metade é você,

A outra diz a você,

Que os meus vasos dilatam,

Que os meus pulsos aumentam,

Que o meu coração dilacera,

E a batalha vai começar...

É um convite a loucura,

É uma guerra de braços,

É um jogo de sedução,

É uma explosão de cores.

Aí vem o aconchego,

E como recompensa,

Me deito em seu ninho,

Livre e protegida, junto ao seu peito suado.