Soneto do primeiro beijo
A primeira vez entre dois lábios
Eis um calor interno e era inverno na vida.
Fez-se a primavera nos pátios
Onde a flor, do amor, dignifica
Incríveis estas pontes e tuneis.
Que deram adeus à infância, a criança.
Foi-se o ontem, agora o homem, eram visíveis
Gestos eternos em meu álbum da lembrança
Transpõe majestosamente os muro do conto.
Nada mais inocente e ao mesmo tempo indecente
Mãe da realidade, rainha da verdade, doce encontro.
Vem, assim, lindo, me desperta.
Emana, pousa, assim, suavemente
Nos maliciosos campos da descoberta.
Caio Schroer