VENENO

Veneno

E a cobra com inveja da borboleta

Porque não sabia voar

A resolveu assassinar.

Esta, pousada sobre uma baga de trigo

Esperava que o vento seu Amigo

Chegasse para tirá-la a dançar

Sem jamais poder imaginar

Que o ofídio, viva armadilha

Por não resistir a tudo que brilha

Estava pronto para atacar...

E elas ali, a delicada lepdóptera desatenta

E a peçonhenta violenta...

Então, num repente

Veio o bote da serpente!

Não houve tempo para nada

Foi à traição...

A outra nem esperava

E só sentiu uma asinha ultrapassada

Pelo par de lanças que a picava...

Não houve dor, apenas ficou presa pela asa

Haspada sob a cruz da cabeça da cruzeira

Que, um segundo após a tentativa de "homicidio"

Abriu a boca desesperada

E a Borboletinha livre sobrevôo mais leve ainda

Pela asa perfurada

O corpo da cobra ali deitada no sereno

Consciente da sua morte iminente

Porque ao morder a asa de ser tão pequeno

Acabou despejando na própria boca o seu veneno...

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 03/06/2015
Reeditado em 12/12/2015
Código do texto: T5264994
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