UM OLHAR AMOROSO

Por que não te odeio

se, todos os dias,

invades minha memória?

E eu relembro as festas

nas quais dançavas

como um príncipe hindu.

Por que não te desprezo

se, a cada segundo,

ressurges insanamente?

E me vejo pedindo desculpas

por culpas

sem justificativas.

Não tenho para ti

outro olhar.

Só esse, amoroso.

Cândido olhar de mãe,

de irmã e filha.

Olhar lânguido

de amante plena.

Por que não te esqueço

e sigo os meus dias

em busca de outro olhar?

Wanda Maia
Enviado por Wanda Maia em 14/06/2007
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