Não sei como não te amar ;
Como não salivar e macerar a precisão do sonho
e a angústia que me geras
 
Não sei como estranhar a obra da tua carne ;
A loucura que provocas
e a lascívia que se me revelas :
 
O peito plácido e sem reservas de pudor
- Extensão de minhas memórias e meus desassossegos -
A curva humanamente desabrigada e morosa do ombro
O rio em sangue e lava eriçando a derme
na correnteza do pescoço
A barba minuciosamente estudada, ardida,
aliciando malícias às carências de meu dorso
 
Ahhh... Pudesse agora acender meus pecados
e dissipar a solidão nos caminhos do teu umbigo,
e descer caprichosamente a árvore do corpo
com mesma sede com que te respiro
 
Pudesse eu viver no teu milagre
e estremecer pra sempre nas tuas trevas,
fundeada na primavera dos olhos
e re.nascida dos lábios de promessas
 
Posto que não sei como não te amar...
E agudas se fazem todas as minhas entregas !






 



 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 10/06/2015
Código do texto: T5272586
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