UM MENINO QUALQUER
Em um lugar não tão distante
Avistei um menino qualquer
Que fazia da cerveja sua amante
E encantava qualquer mulher.
Seus olhos perdidos me olhavam fixamente,
Já o conhecia e não era especial
Mas tudo mudou na minha mente
Quando começamos uma conversa teatral.
O menino qualquer segurou a minha mão
E cantou uma música, até então desconhecida
Mas nunca passou na minha imaginação
Que ali deixaria de ser apenas uma velha conhecida.
Aos poucos, o menino já não tão qualquer assim
Me encantava com seu jeito nada igual
Falava coisas para mim
Que o tornava cada vez mais especial.
O tempo passou, e o menino já longe de ser qualquer,
Envolvia-me com sua imensa delicadeza
E mostrava o que o mundo inteiro quer
Sinceridade e uma disfarçada pureza.
Sujeito livre no mundo
Não gostava de dar satisfações
Falavam que era um vagabundo
E não demonstrava suas emoções.
Não compreendia seu jeito de ser
Talvez não o tenha levado a sério
E o tenha feito sofrer,
Mas nunca consegui desvendar o seu mistério.
O que poderia ter se tornado amor
Foi completamente transformado
E é algo mais parecido com rancor
O sentimento que ele guarda disfarçado.
O menino foi embora sem dizer para onde iria
E por não me conformar com sua ida
Escrevo-lhe uma poesia
Como forma de despedida.