UM MENINO QUALQUER

Em um lugar não tão distante

Avistei um menino qualquer

Que fazia da cerveja sua amante

E encantava qualquer mulher.

Seus olhos perdidos me olhavam fixamente,

Já o conhecia e não era especial

Mas tudo mudou na minha mente

Quando começamos uma conversa teatral.

O menino qualquer segurou a minha mão

E cantou uma música, até então desconhecida

Mas nunca passou na minha imaginação

Que ali deixaria de ser apenas uma velha conhecida.

Aos poucos, o menino já não tão qualquer assim

Me encantava com seu jeito nada igual

Falava coisas para mim

Que o tornava cada vez mais especial.

O tempo passou, e o menino já longe de ser qualquer,

Envolvia-me com sua imensa delicadeza

E mostrava o que o mundo inteiro quer

Sinceridade e uma disfarçada pureza.

Sujeito livre no mundo

Não gostava de dar satisfações

Falavam que era um vagabundo

E não demonstrava suas emoções.

Não compreendia seu jeito de ser

Talvez não o tenha levado a sério

E o tenha feito sofrer,

Mas nunca consegui desvendar o seu mistério.

O que poderia ter se tornado amor

Foi completamente transformado

E é algo mais parecido com rancor

O sentimento que ele guarda disfarçado.

O menino foi embora sem dizer para onde iria

E por não me conformar com sua ida

Escrevo-lhe uma poesia

Como forma de despedida.

Ana Paula Figueiredo Alves
Enviado por Ana Paula Figueiredo Alves em 30/07/2015
Código do texto: T5329369
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