UTOPIA

Queria uma lâmpada, igual à de Aladim, encontrar.

Com muita força, começaria a esfregar

Lá de dentro, um gênio iria saltar.

E, todo serelepe, contente,

Se enroscando feito serpente,

Perguntar-me-ia solenemente:

Em que queres te transformar?

No mesmo instante responderia, sem muito pensar

Nas forças da natureza, quero me transmutar...

Quero ser VENTO

para teus cabelos remexer.

Quero ser CHUVA

para em teu rosto rolar e, em tua boca morrer.

Quero ser SOL

que ao teu corpo todo vem acariciar e aquecer.

Oh! Meu amor, mas quem diria,

Que eu havia de encontrar o gênio da anarquia?

Sei que tudo é vão, posto que seja utopia.