LEVE-ME CONTIGO

Logo eu que, desde que a vi, a amei,

E, sobretudo, ainda amo,

Não sei por quanto tempo ainda a amarei.

Tu que iluminaste o meu caminho,

Abrilhanta-me, sem perceber, o destino;

Sobra-me seguir teus passos e noite

Escura aguardar.

Passas por mim e agarro-te o vestido,

Pois quero ir contigo, deixa-me ir contigo,

Sozinho, aqui, não quero ficar.

Quero ir para onde fores, encarar, junto a ti,

Os teus temores, e, quando o medo vier,

Lembrar-me que o medo é teu.

Ver frente a frente o que te faz mundana,

Olhar, na cara, o que te reclama a natureza humana,

E, assim, não mais endeusar-te.

Quero, uma vez que seja, que fujas comigo,

E quando tiver os músculos exauridos,

Que entorne, boca a dentro, o fel dos enfraquecidos.

E que a dor te faça cuspir,

o que a empáfia fez pressumir,

Esquecendo-me dos lábios teus,

O beijo que nunca auferi.

Sentir que este enfermo te apeteça, e que as

Lições ensinadas fiquem no coração e na cabeça,

E esperar que o amor aos poucos convalesça.

Elton Diniz Pacheco
Enviado por Elton Diniz Pacheco em 21/06/2007
Código do texto: T535267