FAZENDO AMOR

Não sei se te amo,

mas aqui estamos

fazendo amor.

Ansiosos tentamos

deixar que o amor

nos faça um.

Abrimos os olhos,

os braços,

as pernas.

Expomos os pêlos,

os cheiros,

o íntimo.

Tentamos ser um só:

máquina, carne, vento

e tempo.

Um do outro,

o outro de um.

Nada falamos

e, em silêncio,

confesso que é bom

ou não é ruim

a ponto de eu querer fugir.

Talvez seja cedo demais

ou haja medo demais

em se dar tanto assim.

Fazemos amor

como quem quer

ser feito,

sem ser perfeito,

alguém melhor,

maior que a morte

da carne

e do espírito.

Faço amor contigo

e disfarço o meu temor

de ser inimigo de teu futuro,

de ser tua prisão.

Mas, na prisão de tua pele,

sinto o calor nunca antes sentido

e começo a entender

porque não hesito

em me afogar

em ti.

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 21/06/2007
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